[Jesus disse:]
Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no
último dia.
Está
escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele
que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.
João
6:44-45
Aprendemos nesses
versículos, a falta de capacidade e poder do homem natural para arrepender-se
ou crer. Encontramos aqui o Senhor Jesus dizendo: "Ninguém pode vir a mim
se o Pai, que me enviou, não o trouxer". Enquanto o coração não for
atraído pela graça de Deus, o homem não poderá crer.
A solene verdade
contida nessas palavras deve ser considerada com especial atenção. É inútil
contestar que sem a graça de Deus alguém pode se tomar um cristão verdadeiro.
Estamos espiritualmente mortos e não temos qualquer capacidade para dar vida a
nós mesmos. Precisamos que uma nova vida seja implantada em nós, vinda do alto.
Os fatos comprovam, e os pregadores o reconhecem. O décimo artigo da Igreja
Anglicana declara expressamente: "Após a queda de Adão, a condição do
homem é tal que, por sua força natural e boas obras, não pode mudar sua condição
e preparar-se para crer ou clamar por Deus". Esse testemunho é verdadeiro.
Mas, afinal de contas,
em que consiste essa incapacidade do homem? Em que parte de nossa natureza
interior está a deficiência? Esse é um ponto sobre o qual surgem muitos erros.
De uma vez por todas, lembremos que a vontade do homem é a parte onde se
encontra a incapacidade. Sua falta de capacidade não é física, e sim moral. Não
seria verdadeiro afirmar que o homem tem um desejo sincero e uma vontade
autêntica de vir a Cristo, mas não possui forças para isso. Seria mais
verdadeiro dizer que o homem não tem poder para vir a Cristo porque não tem
desejo ou vontade de fazer isso. Não é verdade que ele desejaria vir a Deus, se
pudesse. O correto é declarar que ele viria a Deus, se o desejasse. A vontade
cor-rompida, as inclinações secretas e a necessidade do coração são as
ver¬dadeiras causas da incredulidade. É nesse aspecto que reside o engano. A
capacidade que necessitamos é, na verdade, uma nova vontade. É exatamente nesse
ponto que precisamos ser "trazidos".
Sem dúvida, estes
assuntos são profundos e misteriosos. Através de verdades como essas, Deus
prova a fé e a paciência de seu povo. Podem os seus filhos realmente crer nEle
e esperar por uma explanação mais completa no último dia? O que não compreendem
agora compreenderão mais tarde. De qualquer maneira, permanece bastante clara a
responsabilidade do homem por sua alma. São realidades tanto a sua incapacidade
quanto a sua responsabilidade. A incapacidade de vir a Cristo não o isenta de prestar
contas. Se ele se perder, ficará provado que foi por sua própria culpa. O seu
sangue recairá sobre a sua cabeça. Cristo o teria salvado, mas ele não quis ser
salvo; não quis vir a Cristo para obter vida.
Por último, aprendemos
que a salvação daquele que crê é algo presente. O Senhor Jesus Cristo
assegurou: "Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida
eterna". Devemos notar que a vida eterna é uma possessão presente. Jesus
não disse que aquele que crê a receberá no último dia, por ocasião do
julgamento final. Agora, no tempo presente e nesse mundo, essa vida se torna
uma propriedade do crente, que possui a vida eterna desde o momento em que crê.
Este é um assunto que
nos inquieta sobremaneira e a respeito do qual são cometidos inúmeros erros.
Muitos pensam não ser possível recebermos, nesta vida, o perdão e a aceitação
da parte de Deus. Essas coisas, dizem eles, são
conseguidas ao longo de uma vida de arrependimento, fé e santidade; poderão ser
recebidas apenas diante do tribunal de Deus, no último dia. Afirmam também que
nem mesmo devemos ter a pretensão de obtê-las, enquanto vivemos neste mundo!
Pensar assim é estar completamente enganado. O pecador é justificado e aceito
por Deus no exato momento em que crê em Cristo. Para ele não há mais
condenação. Ele desfruta de paz com Deus, imediatamente, sem qualquer demora.
Seu nome está escrito no livro da vida, ainda que tenha pouca consciência
disso. Passa a ter direito ao céu, direito este que nem a morte, nem o
inferno, nem Satanás podem anular. Felizes os que conhecem essa verdade! Esta é
uma parte essencial das boas-novas do evangelho.
Extaído do blog:
http://www.josemarbessa.com/2012/02/o-homem-natural-e-incapaz-de-ir-cristo.html