Jesus não está contra a Lei de Deus dada a Moisés, Ele está corrigindo o erro na interpretação dos escribas e fariseus na questão dos juramentos. Jesus também não veio tornar a vida de obediência à lei de Deus ainda mais difícil, pois isso era tarefa dos fariseus: "Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põe sobre os ombros dos homens" (Mt 23.4). Ele não veio acrescentar à lei de Moisés, mas ensinar corretamente (ver Mt 5.18-19). Também não devemos desprezar o contexto do ensino de Jesus, pois Ele disse: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, vim para cumprir" (Mt 5.17).
Além do mais os escribas e fariseus tinham uma maneira maliciosa de fugirem da obrigação dos juramentos. Eles ensinavam que se alguém jurasse pelo templo (santuário) estava desobrigado do juramento, mas se fosse pelo ouro que está no templo, então estava obrigado pelo que jurou. Quem jurasse pelo altar estava desobrigado do juramento, mas quem jurasse pela oferta que está sobre o altar está obrigado pelo que jurou (Mt 23.16-22). Como o próprio Jesus disse, eram "insensatos e cegos!"
O apóstolo Paulo toma a Deus como testemunha de que, para poupar os coríntios, ainda não tinha ido para lá (ver 2Co 1.23), ele também toma a Deus como sua testemunha em Gl 1.20 para confirmar que ele estava dizendo a verdade. Ora, o que é um juramento, senão, tomar a Deus como testemunha de que aquilo que nós dizemos ou iremos fazer é a mais pura verdade.
Juramento não é apenas uma afirmação, pois, se é assim, aqueles que dizem que Cristo aboliu os juramentos, na verdade terão que admitir, também, que Cristo aboliu fazer afirmações, o que é ridículo.
Se somente Deus pode fazer juramentos, então por que um dos sete anjos, a quem foi dada a sétima trombeta, que estava na presença de Deus (ver Ap 8.1-2), jurou depois do ensinemento de Jesus? (ver Ap 10.5-6). Acaso o que é pecado para os homens não é pecado para os anjos? Se é proibido para os homens certamente é proibido para os anjos.
O próprio Jesus falou sob juramento quando interrogado pelo sumo sacerdote: "Ordeno que jures pelo Deus vivo e diga-nos se tu és o Cristo, o filho de Deus. Jesus respondeu: é como disseste" (Mt 26.63-64, Bíblia Ameida Século 21).
Alguns para negar que Jesus falou sob juramento, dizem que ele se negou a responder quando disse: "é como disseste", como se Jesus estivesse falando: eu não estou dizendo é você que está. Isso faz de Cristo um covarde, negando ser o messias prometido. Quando Cristo diz: "é como disseste" ele está dizendo: eu sou. Por isso o sumo sacerdote rasga as suas vestes e diz que Cristo blasfemou (Mt 26.65).
Pr. Eduardo Santos
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